Textos Soltos.

Verbos.

Ser o cristal do cálice que toca teus lábios, do vinho frio que preenche a sua boca ou ser quem sabe a sensação alcoólica que desce pelo vazio de sua garganta e arrepia a pele clara, a pele branca.

Trilhar o caminho de um arrepio é queimar no calor de um gesto que por hora parece infantil. Matar meu ciúme no nosso tesão, me embriagar de desejo e morrer de paixão.

Ter a paz de dormir sem morrer de cansaço, ter o prazer de fumar ou levantar descalço, despido e de pé procurando teu rosto, pra trazer em mim, lhe sentir o meu gosto.

Ver a garrafa cair e rolar até o pé da cama, não conseguir reagir, num abraço suado, dizer que ama. Acordar sorridente de um momento a fio, não interessa se quando, tiro ou enfio, uno e alio o gemer do meu gozo onde eu me alivio.

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A poesia de um novo tempo.

A poesia de um novo tempo está no brilho que o sol ganha nas manhãs, na beleza que não se via e agora se tem por existir, como razão primordial. A poesia de um novo tempo carrega os sentimentos para mais perto da razão, não os conciliaram, mas ao menos aproximaram o que podemos entender daquilo que podemos apenas sentir, sem querer.

A poesia da vida se quer existe, talvez não se compare com um poeta quem traça as linhas do destino, talvez seja só o espelho refletindo como as aguas mansas de março no lago em que me banho sozinho. Onde não há medo, não haverá. Onde há desejo, surtirá, enquanto houver sol, ainda haverá, enquanto houver, verá.