3 de jun. de 2011

Democracia, escolha.

Democracia.

É um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos — forma mais usual. Uma democracia pode existir num sistema presidencialista ou parlamentaristarepublicano ou monárquico.

O Brasil é um país democrata. Aqui você pode escolher não votar, mas se votar em branco, seu voto irá para o candidato menos votado e se faltar as eleições, terá de pagar uma multa (simbólica) ao governo, além do mais, é obrigado a tirar titulo de eleitor por ser um documento oficial que lhe torna cidadão.

Escolha.

Nossas escolhas são impulsionadas por atração. Vamos direto para o que nos atrai sem qualquer relutância. Escolhemos baseados nos nossos conhecimentos o que poderá ser melhor como conseqüência de nossa escolha.

Mas para escolher, o que acontece é que na maioria das vezes somos guiados as características positivas de nossa escolha, nos esquecendo que ela tem dois lados, como qualquer outra e que por sua vez irá trazer também conseqüências e características negativas. Por tanto, saber escolher é analisar as características positivas e as negativas de uma escolha qualquer que possamos fazer, assim conseguiremos antecipar as conseqüências dessa escolha e poder mudá-la de acordo com aquilo que não queremos que aconteça.
  
Este exemplo pichado da política brasileira é tão rústico quando poderia ser, mas nossas escolhas influenciam nossa vida e quando esta escolha é coletiva ela influencia a vida de todos os envolvidos de uma maneira a qual não damos a devida importância, principalmente para as pequenas escolhas.  Entende-se por escolha: trilhar um caminho, no entanto somos forçados todos os dias a seguir caminhos que estamos predestinados a encontrar, nesse caso ou realmente trilhamos um novo, ou seguimos em frente e todos sabemos que escolheremos o mais fácil.

Nossa vida é como um pêndulo, impulsionado pelo movimento que ele mesmo produz. Mas para viver bem devemos nos entregar a causalidade, conseqüência, reação. Pois o acaso nos condena quando planejamos muito uma escolha ou meta e pouco antes disso, somos frustrados por alguma dificuldade que tira tudo do rumo em que deveria seguir, para nos jogar em um destino sem precedentes. 

Somos criadores sem causa do acaso em que se perde nosso caso.

Está em mim.

Está em mim uma colina, sobre ela cercas brancas guardando meu jardim, o jardim que está mim. Plantei flores de mais, perdi espaço e por se encostarem por muito tempo começaram a morrer. Matei o meu jardim, o jardim que está mim.

Mas do que sobrou em mim ficou, um botão, uma rosa, talo pequeno, pétalas, desabrochou. No jardim que está em mim algo durou, se prolongou e lutou. Com as gostas pequenas que as nuvens choraram sobre mim, se alimentou, culminou.

O botão virou paixão e todo jardim morto a sua volta á adubou, secou, evaporou. Está em mim o meu jardim, dentro, florido por uma só rosa, assim. Sem espinhos de pés pequenos, sorriso largo, curto, aberto, comprido cabelos de minha rosa estão em mim, quando descanso a sombra do meu tempo e vejo que ainda há o no meu jardim, a vida que precisou ter fim.

Está em mim uma colina se regando no verão, secando no outono, se embranquecendo no inverno e brilhando sua bruma fértil na primavera, está em mim, minha paixão perdida assim, poesia colorida e inocente que brotou de um pedaço de carvão, meu jardim em coração, o meu amor em um botão.

2 de jun. de 2011

Verbos

Ser o cristal do cálice que toca teus lábios, do vinho frio que preenche a sua boca ou ser quem sabe a sensação alcoólica que desce pelo vazio de sua garganta e arrepia a pele clara, a pele branca.

Trilhar o caminho de um arrepio é queimar no calor de um gesto que por hora parece infantil. Matar meu ciúme no nosso tesão, me embriagar de desejo e morrer de paixão.

Ter a paz de dormir sem morrer de cansaço, ter o prazer de fumar ou levantar descalço, despido e de pé procurando teu rosto, pra trazer em mim, lhe sentir o meu gosto.

Ver a garrafa cair e rolar até o pé da cama, não conseguir reagir, num abraço suado, dizer que ama. Acordar sorridente de um momento a fio, não interessa se quando, tiro ou enfio, uno e alio o gemer do meu gozo onde eu me alivio.

Deficiência cultural.


Deficiência no dicionário está classificada como “imperfeição, falta ou lacuna” e que a origem da palavra é do Latim DEFICIENS, do verbo DEFICERE, “desertar, revoltar-se, falhar”, de DE-, “fora”, mais FACERE, “fazer, realizar”.

Assim posso falar mais tranqüilo, sem interpretações erradas sobre a minha opinião.

O mundo atual é baseado em ícones, suas estruturas intelectuais pouco sólidas são regidas e sustentadas por ícones que a massa idolatra, imita e defende. Na introdução que tivemos ao chamado “mundo moderno” que na minha visão particular, era um recém nascido após a segunda grande guerra, estes ícones aos quais as massas começavam a idolatrar eram poucos, logo havia pouca divisão, na verdade, no início havia somente duas faces na moeda, a conservadora contra inovações e a força rebelde jovem que tentava mudar tudo a todo tempo.

Com o passar dos anos, as influências criadas por estes ícones sobre as pessoas não se desfizeram, apenas sofreram metamorfoses e divisões. Músicas foram classificadas em centenas de estilos e esses estilos eram picotados aos montes para poderem se adaptar ao maior número de pessoa, restritamente. No entanto o acumulo de ícones nos levou a decadência.

Hoje vemos pessoas divididas entre milhares de escolhas em todos os aspectos por todo o mundo, mas não notamos que os tempos passaram, porém não mudaram. A geração atual ri da anterior e vice-versa, como acontecia na época dos rebeldes revolucionários que lutavam contra os conservadores extremistas. O que mudou, foram os ícones.

Esse atrito de informações sempre foi tratado com desrespeito e ofensas entre as partes, hoje mais do que nunca, sofremos com preconceito de todos os lados e a racionalização de cultura por onde quer que se vá, além de má distribuição do poder não o deixando caber onde deveria e o bloqueio ao alcance da intelectualidade que acontece desde de jovens acaba nos condicionando a votar sem entender o que estamos fazemos, pra continuar fazendo, sendo manipulados por quem ganha quando a gente o faz.

As deficiências culturais das pessoas estão nas letras de funk, nos capítulos repetitivos e incessantes das novelas surreais. Está no entretenimento vazio e sem conteúdo, na difusão do sexo como um ato irresponsável e desenfreado que se torna quase público.

Todos nós sabemos que isso começa nas escolas onde criamos o garoto estranho e o que bate nele, o bonito e o feio sedento de vingança ou a patricinha rica que esnoba a moreninha pobre. É o Bulling coexistindo com a sensatez desde sempre e não somente agora onde a Internet nos ajuda a ver as coisas como elas realmente são.

Algumas deficiências jamais podem ser convertidas, mas nem por isso precisam ser intensificadas, porque a visão social das pessoas, quando existe, está limitada ao que a mídia mostra, afinal é a mídia que nos classifica socialmente. O que deveria servir para nos unir, nos mantém cada vez mais separados.

Vimos à paz e o amor se dissolverem com o tempo e acabamos perdidos no meio de tanto pó dos Embalos de sábado à noite. Perdemos nossa infância com agulhas, ouvimos nossa alma rebelde quando formávamos uma Legião Urbana de apaixonados pelo som das pedras que rolam nas cordas de um violão. Regredimos a alegria da nossa infância enchendo nossos estilingues e atiradeiras com Mamonas assassinas e quando estávamos lá, nos lembrávamos sem ter pena da clássica música popular brasileira que tocou os corações, gastou solados de sapatos dos nossos pais nos salões da vida, de paredes feitas em canção, letra e Luiz melodia. Voaram tucanos, brigaram trabalhadores e acabaram partidos enquanto um gay sofreu de AIDS ensinando que o tempo, O tempo não para.

“Dias sim, dias não, eu vou sobrevivendo sem um arranhão da caridade de quem me detesta, eu vejo o futuro repetir o passado”, com crianças e suas roupas coloridas, nas maquiagens escuras borradas de lágrimas, nos heróis gordinhos e lutadores de vale tudo que espancam o preconceito ou apenas o joga no chão. Quando Caetano cantar o tema do próximo filme e Fernanda Montenegro merecer o Oscar, mas não levar nem Cannes, vou me remediar sujando o chão de giz que um tal de Ramalho escrevia ou colorir com lápis meu coração que não é de papel.

Vestir o terno azul e "HEI HEI" que onda, ir pra festa de arromba, ligar na sessão desenho e ver as torres atingidas por aviões, ou digo bombas? Ser um sabichão, almoçar sentado no chão enquanto travo uma luta épica entre Chavez e Chapolin, quer saber, eu digo sim.

Somos deficientes desde os primórdios, deficientes da nossa memória, que mata nossos ídolos, quando os novos são aclamados somente por nascer, mas falta muito para os atuais aprenderem o que é música, cinema, teatro, literatura, crua, nua, rua, de uma forma plena, somos deficientes de cultura.

1 de jun. de 2011

A poesia de um novo tempo.

A poesia de um novo tempo está no brilho que o sol ganha nas manhãs, na beleza que não se via e agora se tem por existir, como razão primordial. A poesia de um novo tempo carrega os sentimentos para mais perto da razão, não os conciliaram, mas ao menos aproximaram o que podemos entender daquilo que podemos apenas sentir, sem querer.

A poesia da vida se quer existe, talvez não se compare com um poeta quem traça as linhas do destino, talvez seja só o espelho refletindo como as aguas mansas de março no lago em que me banho sozinho. Onde não há medo, não haverá. Onde há desejo, surtirá, enquanto houver sol, ainda haverá, enquanto houver, verá.

30 de mai. de 2011

Cárceres.

Nietzsche citou:

“As convicções são cárceres”.

Cárceres.

E aos que nos prendemos, ao que somos e as algemas que temos. Somos convictos presos em celas sujas e pequenas que chamamos de opinião. O contexto dessa opinião é dissimulado e deflagrado contra o vazio de tantas contradições existentes entre nossas atitudes para com nossas concepções.

E elementar a necessidade de nos abstermos da realidade para convirmos a concordar com a nossa própria ignorância. È um instinto claro e absolutamente humano se limitar tanto. Comecemos pela auto descrição. Descrições por si são cárceres, pois quando nos descrevemos de alguma forma estamos criando limites no que podemos ser, afinal quando se chega a conclusão exata do que se é, perde-se a oportunidade de ser mais porque a mudança ou metamorfose de opiniões precisa de fatores muitos complexos para acontecer, mais complexos que o próprio entendimento de quem está mudando, logo para facilitar essa mudança devemos deixá-la constante, a fazer constante e ininterrupta, “porque se você parar pra pensar, na verdade não há”.

Nossos gostos caracterizados com os traços do popular e que talvez só tenha alcançado o nível de popularidade que tem por sua difusão sem relação com sua qualidade, o que levará a dissolução na mesma velocidade que chegou ao auge. Não importa se o popular esteja apenas substituindo o tínhamos como público, “para todos ou maioria”. Quero dizer, caímos na mesma velocidade que subimos ou talvez mais rápido, mas nunca mais lento.

É assim que se faz moda, prendendo as opiniões, as colocando em um cárcere de falta de opção, pois se sabe que quem não gosta da moda, procura outra, mas não cria a própria e nesse caso as exceções são pré-conceituadas com estranheza, mas a contradição surge exatamente neste ponto, afinal para que surja uma nova moda, alguém deve criá-la e dentre as exceções que as criam, as caracterizas mais próximas do popular, agradaram a maioria que levantam a popularidade daquela moda, simplesmente por se identificarem nela. Logo o cárcere da moda seja ela qual for, é se prender ao que é popular no momento, deixando-se ser puxado apenas pelo vácuo do cardume.

Estamos convictos de que nos prendemos as nossas convicções; nos prendemos á isso.

Rótulos.

Somos narcisistas e não sabemos, não queremos, mas afinal o que seriamos quando nos aceitássemos? Assim somos por não querer ser e nos completamos buscando nos completar, como a busca nunca chega, não deixamos de buscar, mas não é por isso que precisamos nos rotular. Rótulos são criados para satisfazer um sistema de padrão composto por tradições conservadoras e antiquadas; é assim que se mantém nossa “comunidade”, indo contra a origem da própria expressão que significa: Companheirismos, comum geral, compartilhado por muitos. E para se integras a forma com que esse comum se sistematiza ou padroniza é que nos rotulamos nas situações mais convenientes para que possamos ser vistos de uma maneira agradável ou para que possamos extinguir logo na primeira impressão, qualquer preconceito que possam começar a construir sobre nós. Talvez por não transparecer é não vemos a transparência quando estamos diante dela.

Nos vestimos como devemos nos vestir e quando devemos, da forma que devemos. Falamos como devemos falar e quando devemos, da forma que devemos e fazemos muitas outras coisas dessa maneira, mas o que intriga é, quando descobrimos que essa maneira era a devida?

- Como repito, somos condicionados a isso. Quando nascemos temos a primeira imagem de outras pessoas e as notamos todas vestidas, não processamos aquela informação nem assimilamos a situação com uma figura ou outra, mas o condicionamento mental começa neste momento. Depois somos criados e crescemos vendo que as pessoas estão sempre vestidas, logo, quando conseguimos processar e assimilar essa informação perceberemos que devemos sempre estar vestidos diante de outras pessoas, e de alguma maneira isso será uma regra relutante e involuntária, pois sentiríamos vergonha caso não estivéssemos vestidos e  acharíamos estranho, pouco convencional, interessante ou excitante ver alguém despido. Este é só um exemplo superficial, claro, mas se aplicarmos essa condição a outras situação, devemos de perceber que essa regra relutante e
involuntária está presente em tudo que sabemos que deve ser, mas não sabemos porque é. As exceções, onipresentes, são as que buscam respostas ou origem para essas condições e ou que não seguem essa regra de convencionalismo.

Por tanto todos os rótulos são criados para facilitar a interação com o comum geral que fomos condicionados a interpretar como certo ou com o que deve acontecer por ser certo. Se pararmos pra prensar no quanto somos padronizados desde que nascemos e procurarmos mudar esse condicionamento mental natural e espontâneo, talvez percamos os rótulos e sejamos da mesma raça, não mesma marca.

E o que será de nós?

De um cume distante em uma manhã de luz ofuscante ainda não sabemos, talvez porque não somos condicionamos á saber, durante toda nossa construção intelectual ou sensitiva, mas sensibilidade e intelecto são construídos de formas tão abstratas que nossa percepção é totalmente falha em relação a este fato. De uma maneira pessoal, o destino está muito ligado aos planos que fazemos e as frustrações que temos, levando em conta que na maioria das ocasiões ao qual somos obrigados a agir sem convir com a relação que existe entre bom e certo sobre nossa opinião e considerando apenas a sensatez que deveria reger a humanidade ou o que há de humano dentro de nós, damos de pronto com a casualidade do incontrolável, é como tentar manter as rédeas o tempo todo, de uma carroça sem freios, haverá de perder o controle.

Existe dentro do homem um ser que se considera auto-suficiente, que por si apenas, se acha capaz de reger a harmonia do destino. E o equivoco nisso como há em quase tudo, é que nossas relações estão ligadas e que por isso e por sua conta, têm todos os caminhos ligados. Logo o destino não depende apenas do regimento de um indivíduo, mas das atitudes dele que relacionadas aos demais os levaram a algum lugar ou conclusão. No entanto isso não deve afetar de maneira alguma o que se forma de opinião em cada um, afinal opinião não é conclusão e pode ser que nossa opinião, se bem formada, nos destine a seguir uma linha de raciocínio que nos leve a tomar decisões imperceptíveis, porém muito relevantes, no entanto somos subordinados de nós mesmos e algum momento havermos de concordar ou aceitar a opinião alheia para que haja convívio e não só subsistência.

Assim vejo que a pergunta está mal colocada, pois a questão mais conivente não é “o que será de nós?”, mas “o que é de nós?”, porque isso sim, de alguma maneira constrói nosso destino. Somos reflexos de nossas pequenas atitudes e muitas vezes as grandes decisões de nossas vidas são tomadas sob a influência de sentimentos que tivemos e alimentando quando um pequeno empecilho nos desconcentrou de um foco tão importante quanto o que estaríamos decidindo naquele momento. E por ser assim como é, que temos de nos rever agora, e pensar que estamos construindo nosso amanhã, no presente em que agimos, hoje, afinal eu não acredito na solução de todos os problemas e nem acho que devemos nos acomodar a eles, mas se resolvêssemos o que nos aflige agora, provavelmente menos nos afligiria no futuro e assim saberíamos com mais certeza que será de nós, exatamente o reflexo do que somos hoje.