30 de mai. de 2011

Cárceres.

Nietzsche citou:

“As convicções são cárceres”.

Cárceres.

E aos que nos prendemos, ao que somos e as algemas que temos. Somos convictos presos em celas sujas e pequenas que chamamos de opinião. O contexto dessa opinião é dissimulado e deflagrado contra o vazio de tantas contradições existentes entre nossas atitudes para com nossas concepções.

E elementar a necessidade de nos abstermos da realidade para convirmos a concordar com a nossa própria ignorância. È um instinto claro e absolutamente humano se limitar tanto. Comecemos pela auto descrição. Descrições por si são cárceres, pois quando nos descrevemos de alguma forma estamos criando limites no que podemos ser, afinal quando se chega a conclusão exata do que se é, perde-se a oportunidade de ser mais porque a mudança ou metamorfose de opiniões precisa de fatores muitos complexos para acontecer, mais complexos que o próprio entendimento de quem está mudando, logo para facilitar essa mudança devemos deixá-la constante, a fazer constante e ininterrupta, “porque se você parar pra pensar, na verdade não há”.

Nossos gostos caracterizados com os traços do popular e que talvez só tenha alcançado o nível de popularidade que tem por sua difusão sem relação com sua qualidade, o que levará a dissolução na mesma velocidade que chegou ao auge. Não importa se o popular esteja apenas substituindo o tínhamos como público, “para todos ou maioria”. Quero dizer, caímos na mesma velocidade que subimos ou talvez mais rápido, mas nunca mais lento.

É assim que se faz moda, prendendo as opiniões, as colocando em um cárcere de falta de opção, pois se sabe que quem não gosta da moda, procura outra, mas não cria a própria e nesse caso as exceções são pré-conceituadas com estranheza, mas a contradição surge exatamente neste ponto, afinal para que surja uma nova moda, alguém deve criá-la e dentre as exceções que as criam, as caracterizas mais próximas do popular, agradaram a maioria que levantam a popularidade daquela moda, simplesmente por se identificarem nela. Logo o cárcere da moda seja ela qual for, é se prender ao que é popular no momento, deixando-se ser puxado apenas pelo vácuo do cardume.

Estamos convictos de que nos prendemos as nossas convicções; nos prendemos á isso.

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